Fin Roseta
Fin Roseta, gentil, formosa e de alma pura,
que nunca correspondeu ao meu amor.
Triste fado, nascer em má hora e em dia
aziago!
Triste fado, não ter morrido até aquela
madrugada!
Triste fado, conhecer-te naquela manhã de
praia!
Triste fado, amar-te contra minha vontade!
O que fazer para ganhar o teu amor?
Esta tarde sofro pelo amor não correspondido.
O meu amor é o maior de todos, porque sofro se
te ver e se não te ver.
Amei-te sem nunca mentir, desinteressadamente.
Mas não acreditavas, chamavas-me mentiroso.
Pensavas que era igual aos outros todos,
aqueles que te magoaram.
E em breve como as folhas mortas que cobrem o
chão,
também eu morrerei por esse amor.
Chega a noite e com ela a neve, a sofrer perdi
o gosto pela vida.
Mas tenho de encontrar remédio para este amor.
Pois este amor de sete letras, sem asas para
voar, chama-se amizade.
Tenho de ganhar coragem, hei-de curar-me para
meu próprio bem.
A ti peço apenas que acredites em mim, que te
lembres da amizade que tenho por ti.
Pois o meu amor por ti será sempre uma
recordação saudosa,
mas a tua amizade será algo que protegerei
para sempre.
O tempo da flor está a chegar, com ela o meu
gosto pela vida.
Está na hora de dormir para recuperar forças e
curar-me deste amor.
Pois quando a alvorada chegar para começar um
novo dia,
vira cheia de novos amores de sete letras e
mais dor,
mas também pode trazer finalmente o amor de
quatro letras,
que com as suas asas nos liberta da dor e
alegra a vida.
O sol aparece e com ele começa tudo de novo.
Jorge Rocha
12/3/2010
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